Vida de Mãe - Quando o cachorro sente ciúmes do bebê...

Hoje o post é muito especial, pois conta um pouco da nossa experiência com um cachorro até a chegada de nossa filha. Como já escutei vários casos parecidos com o nosso, onde casais tem que tirar o cachorro de casa por ciúmes do bebê, resolvi compartilhar com vocês esse momento. Talvez só quem tenha um cachorro em casa consiga ler até o final e se emocionar com essa história.

Nossa primeira intenção quando casamos e decidimos que teríamos um cachorro, seria comprar uma raça pequena e de pelo curto, assim daria para viver no apartamento com higiene e conforto e conviveria bem com um futuro bebê . Porém, movidos por uma paixão à primeira vista pela raça, compramos um bulldogue inglês sem muito pensar que ele ficaria bem maior do que planejavamos e que não era um cachorro fácil de adestrar.



O Ozzy chegou em casa com 45 dias de vida. Era o filhote mais lindo e fofo que eu tinha visto em toda minha vida. Desde o primeiro momento que entrou em nossas vidas foi tratado como um filho, com toda atenção, carinho e super proteção que tinha direito. Foram fotos e mais fotos, vídeos, álbuns no Facebook..., tudo que ele fazia de novo era devidamente registrado como um momento super importante e de orgulho para nós. Não que o Ozzy fosse o melhor cão do mundo. Sempre foi atrapalhado e desastrado e chegou a destruir algumas ( muitas !) coisinhas em casa bem ao jeito " Marley" de ser. Mas nós acostumamos com isso e ao invés dele se adaptar a nossa vida, nós nos adaptamos ao jeito e exigências dele , da hora em que acordávamos a hora de dormir. E estávamos muito felizes assim. O Ozzy era alegre, carinhoso, divertidíssimo, brincalhão e adorava ficar conosco em qualquer circunstância.

Isso até o nascimento da minha filha ,1 ano e meio depois.


Com a chegada da Bruna tudo mudou radicalmente, o Ozzy sentiu e sofreu imediatamente o impacto de perder o seu território e seu reinado para um serzinho que não interagia com ele e havia roubado toda a atenção de seus donos.

Quem é mãe sabe o quanto é difícil os primeiros meses do bebê em casa, e mal temos tempo para respirar. E o meu marido o pouco tempo que tinha após o trabalho, era para ficar com a Bruna. E o Ozzy não aceitava ficar no mesmo ambiente que nós pois além do ciúmes, começava a inventar ou destruir o que fosse para chamar a atenção. Então naturalmente acabamos isolando ele em outro canto da casa.
As conseqüências disso fomos sentindo no dia a dia onde ele se tornou agressivo, mal educado e teimoso. Parece que havia perdido todo o brilho e alegria que sempre teve. E com razão, afinal de contas ninguém mais disponibizava um tempinho para ele como era antigamente, e tudo que ele queria era poder dizer era: Ei pessoal, e eu?? Alguém lembra que eu existo?

Depois de ser agressivo algumas vezes conosco e até chegar a morder o meu marido,  eu escutei de uma amiga a seguinte frase: Cuidado pois o Ozzy pode morder a Bruna ou machucá-la em algum momento de ciúmes ou raiva. Então decidimos que tentaríamos achar alguém que quisesse ficar com ele por um tempo, até a gente decidir o que fazer. E então no dia que o Ozzy iria passar um tempo na casa do irmão do meu marido nós desistimos e não tínhamos coragem de fazer isso com ele. Resolvemos dar uma segunda chance, colocar um treinador, tentar dar mais atenção, deixar ele mais próximo da Bruna... não poderíamos desistir dele assim. Afinal de contas ele era um membro da nossa família.

Fizemos de tudo durante os 3 meses seguintes, mas o Ozzy não se adaptou e não respondia bem aos comandos que nos ensinaram para adestrá-lo.  E em mais um momento de agressividade que teve, meu marido ligou imediatamente para um conhecido que queria muito o Ozzy e pediu para vir buscá-lo.  Pois nunca nos perdoaríamos se acontecesse algo com ela, um arranhão que fosse. Mesmo a agressão sendo apenas conosco, e nunca com a Bruna.
Mas dessa vez não tinha segunda chance... no dia seguinte o Ozzy já iria para o novo lar.

Choramos muito na véspera pois sabíamos que era a última noite dele conosco. Foi horrível. E parece que ele sentia também. Estava amável, dócil, tranqüilo, deixamos ele brincar com a Bruna sem medo. No dia seguinte quando o novo dono chegou para buscá-lo já estávamos tão emocionados que quase desistimos de tudo mais uma vez. Mas não teve jeito, sabíamos que essa era a atitude mais racional e segura. Então ele colocou o Ozzy no carro, fechou a porta e se foi. E se foi para longe . Para uma fazenda em  outra cidade onde dificilmente veremos ele outra vez.

Naquele momento eu e meu marido sentimos um vazio imenso, uma mistura de raiva por ter deixado ele ir , tristeza pela saudade que ele traria, frustração por não ter conseguido dar toda atenção... enfim, parecia que levaram um pedaço de nós junto. 

Esses dias tem sido muito difíceis para nós pois a presença do Ozzy ainda é muito forte nas nossas vidas. Em qualquer canto que olhamos em nossa casa parece que ele vai aparecer de repente, correndo, abanando o rabinho e respirando alto como fazia.

Por isso queria dividir esse momento com vocês que tem um cachorro em casa muito mimado e acostumado a ser o centro das atenções. Se vocês pensam em ter um filho, vale a pena se informar antes como lidar com o cachorro nessa situação, o que fazer para que ele não sinta tanto, como aproximar a criança, enfim. Sei que existem profissionais para isso que podem ajudar,  e garanto que vai valer a pena. Pois a dor de ter que dar um bichinho que você criou desde pequeno e se apegou, não quero mais ter que passar.

O final dessa história se resume nessa foto que acabei de receber do novo dono do Ozzy e que me fez chorar muito de saudades, mas com uma felicidade imensa pois soube que ele está feliz, livre, correndo , brincando com outros animais, sendo paparicado por todos. Como ele gosta , como ele sempre mereceu.

E ficarão as lembranças lindas dos 2 anos que ele passou conosco...





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17 comentários:

  1. Ola!!

    Estou desmoronando de tanto chorar!! Advinha por que? Aconteceu a mesma coisa comigo!
    Achei um cachoriinho na rua e levei para casa! Estava com muita fome e frio e tinha penas um mes, nem tinha desmamado ainda e alguém o abadonara!
    Começou a ser mimado imediatamente! Dava mamadeira, dormia na casa comigo, fazia tudo no meu colo, eu o levava em todos os lugares!!

    Ele cresceeu mais que eu pensava e logo eu engravidei, ele ja começou com o ciumes e passou a morder qualquer pessoa que chegasse perto de mim, menos meu marido e meus pais! Então me disseram: - Ele vai morder a Yasmin! Então quando a Yasmin nasceu foi morar com minha mãe e choro até hoje por falta dele!

    Sei que ele está feliz e com muito espaço para brincar, mas sei que queria mesmo era estar comigo!

    Tadinhos, espero um dia poder traze-lo de novo, e que ele nunca morda a Yasmin!!

    Beijocas

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  2. Nossa Katia, nunca tive cachorro, mas to chorando! força pra vcs. que bom vcs poderem ter exercido esse afeto lindo um dia!! bjs, Sil

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  3. Ká..... q triste.... quase chorei! Cresci tendo a presença de uma cachorra-irmã na minha vida e dou mto valor a essas criaturas.
    A foto é linda! Pensa no qto ele vai ser feliz com esse espaço pra brincar e sem ficar achando q perdeu o posto pra Bruna. Mas pede pro novo dono trazer de vez em qdo pra vcs abraçarem ele um pouco!
    Vida longa e feliz ao Ozzy!!!!

    Juliana Orloff

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  4. Oi Ká!
    Eu tb. estou chorando pois amo cachorros e sei o quanto isso deve ter sido difícil para vocês!
    Quando a Giully nasceu a gente já tinha 2 cachorros, felizmente não tivemos nenhum problema de agressividade, a minha buldogue francês inclusive dormia embaixo do berço , parecia que queria proteger a Giully! Hoje a Giully é que tem ciúmes do cachorro! Sei o quanto esse bichinhos são importantes para nós e acabam fazendo parte da nossa família.
    Com certeza ele está muito feliz na nova casa!

    Bjs,

    Pri.

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  5. Obrigado Meninas!!! Foi muito duro mesmo,mas sei que nao tinha outra opção...bjs

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  6. Katia,
    também me emocionei muito com sua história...também tenho uma cachorra que tem hoje 9 anos e meio, ela é mais velha que a minha primogênita 1 ano...Quando ela chegou foi o centro das atenções, mimada era como nossa filha...depois de um tempo descobri que estava grávida da Gabi, a Mel sentiu muito no começo da gravidez...acho que já sabia que as coisas estavam mudando, ouvia varias histórias como a sua e resolvi fazer tudo diferente, pois já amava ela como parte da família e para mim desfazer-me dela era como desfazer de um parente(filho)...decidi que ela participaria de tudo...cada roupinha que comprava para a Gabi dava para ela cheirar antes de lavar, deixava ela entrar no quartinho que estávamos montando para a baby e assim foi....quando cheguei da maternidade,confesso que estava morrendo de medo, mas meu coração de mãe me falava: Confie!
    Confiei, deixei ela cheirar a Gabi e ela se apaixonou pelo nova princesa de casa, foi a minha melhor babá, foi paixão a primeira vista....ela não deixava ninguém que ela não conhecesse chegar perto da Gabi....foi incrível...e acho que me arrependeria profundamente se não tivesse tentado....foi bom para as 2, a Gabi se desenvolveu muito com a Mel e eu percebi como animais e seres humanos são muito parecidos, se damos carinho eles devolvem carinho.....
    Sei que seu coração deve estar partido...mas tenha forças e não prive seu baby de ter um bichinho...

    Beijo grande!!
    Cinthia

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  7. nossa estou chorando com o seu depoimento....tenho 2 cachorros e espero que isso não aconteça comigo..mais eu sei que eles vão morrrreeeerrr de ciumes quando o baby chegar...apesar de nem estar gravida ainda...hheheeheh

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  8. Ain q historia! To super preocupada tbm... estou gravida de 7 meses e meu marido me deu de presente um PUG, ele ainda tem 6 meses, mas é criado como se fosse um filho, dorme com a gente, levamos ele para td lugar... nao quero nunca ter q me desfazer dele! Sou apaixonada pelo meu BOB. Estou fazendo ele participar de td, qdo compro roupinhas, levo ele no quartinho dela e tento explicar para ele q a Bia esta chegando... estou ansiosa para saber como vai ser! Fiquei muito emocionada com a sua historia...

    ISADORA

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  9. Katia estou chorando muito!! Tenho um cachorro que é como um filho, não gosto nem de pensar qdo eu engravidar!!!
    Beijao

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  10. Nossa que dificil heim... Eu me tornaria passeadora dele, só para tê lo ao lado todos os dias, hehehe...
    Brincadeirinhas à parte, imagino demais seu sofrimento!
    beijinhus,Mayana


    baonilha.blogspot.com

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  11. Oiii Katia! Sou a Gi, lá do Ouse e adorei seu blog, suas dicas são ótimas e já salvei na minha lista!

    Menina...nem preciso falar que me emocionei com sua história, o meu Volker é como se fosse um filho e sempre foi mimado, por essa razão compramos um scoth terrier para dividir a atenção e eles vivem muito bem juntos, mas a vinda dos bebês me preocupa muito!Pois sei que o Volker vai sentir e buldogs são únicos, brinco que eles são velhos ranzinzas, gostam de rotina, eu já mostro a barriga, falo o nome dos meninos, mostro os bichinhos e rezo muito para que todos possam se dar bem!

    Só quem tem cachorros sabe o quanto eles são importantes e espero que na minha vez dê tudo certo! vou ter que me dividir em 4 para dar atenção a todos rsrsrsrs

    bjs e agora podemos trocar idéias!
    Gi Salmazi

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  12. Katia,
    Li a sua história e estou chorando!
    Aqui na nossa casa temos uma buldog francês que está fazendo de tudo para chamar a atenção, desde que eu engravidei e não podia dar conta das brincadeiras tão brutas dela.
    Agora a nossa bebê tem 4 meses e estamos nesse sufoco. Meu marido que comprou ela quando tinha dias, já disse que se continuar assim que ela vai ser doada, mesmo com o coração doendo.
    Não sabemos mais o que fazer...
    Um abraço, Claudia

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  13. Tenho uma yorkie fêmea que é tratada como filha desde que chegou em nossas vidas, em 2006. Agora estou grávida e ela já sente que perdeu o reinado, até está apegada com a nova secretária daqui de casa.Mas não teria coragem de me desfazer dela, pois é a primogênita, faz parte da família!
    Bjs, Marcela

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  14. oi marcela tenha uma golden e quando meu bebe chegou em casa ,logo mostrei ele para ela,dei uma roupinha para ela cheirar enquanto eu estava na maternidade....nunca isolei ela e ele,hoje são muito amigos e tudo correu bem,lógico com limites....mas com amor,tudo da certo!!!beijosssss

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  15. Oi kátia, descobri seu blog ontem (estou grávida de 8 meses) e estou relendo aos poucos as postagens antigas.

    Tive que comentar agora, pq já tive uma buldogue inglês que tb era o centro das atenções da casa, e que também se tornou muito agressiva com o passar do tempo, coincidentemente (ou não) depois que eu me mudei de casa. ela mudou tanto de temperamento (vi depois em um programa do cesar milan que isso não é incomum em buldogues) que chegou a atacar a sobrinha do meu ex-marido, de uns 4 anos, que abraçou Tora numa hora em que ela não estava querendo papo.

    Por conta desse fato que eu presencei, é que te digo que vcs fizeram o que era certo, a personalidade dos buldogues é complicada. eles são muito bonachões e tranquilos, mas não aturam as brincadeiras de criança nem aceitam bem dividir seu espaço. Hoje ela mora com meu ex, em outro estado.

    bjs e parabéns pelo blog!

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  16. estou com 39 semanas tenho uma cocker de 6 anos que esta morrendo de ciumes do Benjamin e hoje de manha comeu a parte de baixo todinha do mosquiteiro do bebe estou com medo da reação dela quando o bebe chegar muito complicado pois adoro ela.

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  17. Eu tenho 03 cães... dois goldens retrievers e uma lhasa apso... todos são muito mansos e paparicados, mas desde sempre tentei acostumá-los ao máximo com bebês... pq planejo ter filhos... Sempre trago minha afilhada e sobrinhos para minha casa (são seis de 1 a 7 anos!) para brincarem com eles.

    Acho que eles ficarão um pouco enciumados no início, mas a veterinária me deu várias dicas para a socialização dos cães com o novo membro da família (o bebê): durante toda a gravidez, tente mostrar para o cão que a família vai aumentar, converse (isso mesmo!!!!!!!!!!) com o cão... deixe-o sentir sua barriga (converse com o bebê, tb... dizendo que aquele cão será o amigão dele, o anjinho de quatro patas);também arrume uma roupinha de bebê e passe o perfuminho que irá usar na criança e deixe na cainha do cão; quando o bebê nascer e o casal chegar com ele em casa, deixe o cão cheirá-lo (os pezinhos, as mãozinhas) e, sempre que possível, deixe o cão no mesmo cômodo onde estiver o bebê!

    A veterinária utilizou estas técnicas com os animais dela... deu super certo... o cão dela passou a "tomar conta" do bebê! Um verdadeiro anjo de guarda! ehehehe

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