Minha História - Os Sinais


Conheci a Mariana no ano passado e sua filha linda, a Agatha. 
Conversamos algumas vezes pelo Facebook onde participamos de um grupo de mães, e depois nos encontramos algumas vezes. 
Certo dia ela desabafou nesse grupo que sua filha estava fazendo terapia desde os 9 meses por ter alguns sinais de autismo.

Fiquei chocada e nem dormi naquela noite pensando as angústias de uma mãe que passa por isso.

Graças a Deus, e acredito que por um milagre, pouco tempo depois a Mariana comunicou que a Agatha não apresentava mais nenhum dos sinais, e que teve alta da terapia !

Vibrei muito quando soube e então pedi para que ela contasse como tudo aconteceu aqui no blog,mostrando o quanto o diagnostico precoce pode fazer toda a diferença.

E é esse o "Minha História" de hoje. 

Fico muito feliz de poder compartilhar minha história no Minhas Dikas. 
Foi um blog que acompanhei muito durante minha gravidez e depois que a Agatha nasceu também, em 6 de junho de 2011. Tive a alegria de conhecer a Katia por meio de um grupo de mães no Facebook (AMO essa parte da tecnologia) e ela acompanhou um pouco da minha história. 

A Agatha nasceu super saudável, uma bebê MUITO boazinha e dorminhoca.  Tão boazinha que algumas pessoas chegaram a dizer que ela não era normal. 

Um dia, quando ela tinha 9 meses, chegando de uma viagem, peguei a Revista Veja e comecei a ler uma reportagem sobre Autismo. 
E nunca vou esquecer o frio na espinha que senti naquele momento. Ela tinha TODOS os sintomas citados na reportagem: Nunca fez contato visual ao mamar, apresentava movimentos repetitivos com os pés, não dava tchau, não mandava beijos e não apontava aos 9 meses, ficava muito tempo concentrada em um detalhe de um brinquedo, não respondia ao nome, e não esboçava nenhuma reação quando eu ou o pai voltávamos do trabalho. 

Liguei para o meu pediatra naquele mesmo momento e ele  imediatamente me encaminhou para um especialista. Vale dizer que tive muita sorte de ter um pediatra que me incentivou a procurar um especialista, pois a maioria diria que é muito cedo. 
Em paralelo entrei em contato com a Andrea (Lagarta Vira Pupa), mãe do Theo, um garotinho autista lindo. Ela me indicou o neuro do Theo e marquei consulta na mesma semana. 

Foi uma semana que pareceu um mês. 

Ia trabalhar, mas passava boa parte do dia pesquisando sobre autismo e chorando no banheiro.  Parecia que eu estava vivendo em um mundo paralelo, faltava ar para respirar, as lágrimas escorriam sem que eu percebesse as vezes e nesse momento o apoio do meu marido e dos meus pais foi fundamental para ter a certeza que tudo ficaria bem, independente do diagnóstico. 

O neuro examinou a Agatha e nos disse que ela tinha sim alguns sintomas e que era importante coloca-la imediatamente na terapia comportamental. Afinal, se ela não tivesse no espectro autista, mal não faria.  E a intervenção precoce é fundamental para a evolução de uma criança no espectro. Não hesitamos nem por um segundo em seguir a orientação dele. Eu só queria ter a certeza que de faria o melhor para a minha filha, todos os esforços possíveis. 
E a pergunta que mais me atormentava era: Ela seria feliz? 
Porque o que realmente importa no fim é a felicidade dos nossos filhos. O resto a gente enfrenta.

Ela iniciou a terapia e eu mergulhei no mundo do autismo. Descobri que 1 em cada 88 crianças nos Estados Unidos está no espectro. Descobri que existem diversos graus diferentes de autismo. Descobri que conheço muita gente no espectro, alguns sem diagnóstico. Descobri um mundo de crianças e mães especiais maravilhosas, que me fez acreditar que ainda existe muita gente do bem e generosa no mundo. 
Descobri também que o amor de mãe nos dá forças para superar qualquer obstáculo nesse mundo. E que o nosso instinto é querer mudar o mundo para ter certeza que nosss filhos serão felizes.

Não foi um período fácil. Nesse meio tempo fui promovida no trabalho e precisei começar a viajar muito, trabalhar até tarde e passar menos tempo com a minha pequena. Foi muito difícil, mas sempre pensava que faria isso para poder oferecer o melhor para ela (melhor tratamento, melhor médico, melhor o que for que ela precisasse)

Depois de 7 meses de terapia intensiva tivemos o retorno ao neuro. E veio a ÓTIMA notícia de que todos os sintomas da Agatha tinham desaparecido. Isso mesmo, DESAPARECIDO!  Ele não pode afirmar que o quadro foi revertido (se ela realmente estava no espectro ou se nunca esteve), mas eu tenho CERTEZA que a intervenção precoce foi FUNDAMENTAL para a evolução da Agatha. 

Eu e meu marido choramos muito de emoção com a notícia, assim como avós e amigos que acompanharam a nossa curta, mas intensa jornada. Hoje tenho certeza que tudo isso me transformou em uma pessoa melhor. Meu maior desejo hoje é um mundo com menos preconceito, com mais integração, com mais generosidade. Um mundo mais humano. 

Espero poder ajudar as mães como eu fui ajudada! Deixo meu e-mail a disposição para quem quiser/precisar de qualquer ajuda: marignobre@gmail.com

Um beijo grande no coração de todas:

Mari, Alê e Agatha!

Nota: Importante: Somente um médico pode fazer um diagnóstico! Esse não é o intuito do post. Muito pelo contrário. Um só sintoma não caracteriza o transtorno, mas sim um conjunto deles!





Agatha, com certeza eu e todas as leitoras desejam muita felicidade na sua vida!

E segue abaixo um texto que a Mariana indicou sobre os sintomas do autismo.



O autismo tem uma infinidade de sintomas de diferentes intensidades, e apenas um dos sintomas não o caracterizam.
Essa disfunção só pode ser diagnosticada com auxilio medico.
Por isso mães, se vocês indentificam alguns dos sinais abaixo nos seus filhos, peçam orientação ao pediatra para encaminhar a um especialista.

Aos 3 meses: Não demonstra interesse pela voz humana. Sua atenção é prendida por estímulos repetitivos, como o movimento das pás de um ventilador.

De 4 a 6 meses: Pode apresentar dificuldade em reconhecer a voz dos pais. Raramente encontra conforto no colo da mãe e estabelece pouco, ou nenhum, contato visual enquanto mama. Dorme pouco ou inverte o ciclo do sono.

Aos 9 meses: Bebê tem dificuldade de imitar gestos como o “tchau”. Normalmente só depois de muito estímulo dos pais. É indiferente a pessoas estranhas ao convívio familiar.

Aos 12 meses: “Mamãe” e “Papai” demoram a aparecer no vocabulário. Emite sons fora do contexto e tem dificuldade para cumprir ordens simples. A criança não responde com o olhar quando é chamada.

Aos 18 meses: Beijos e abraços podem ser um problema. Não gosta de ser tocada e demonstra poucos sinais de afeto. Hipersensibilidade a sons altos e pouca sensibilidade a dor.

Aos 24 meses: Brinquedos e objetos que giram tendem a fascinar a criança. As dificuldades de comunicação podem se agravar. É possível que apareçam outros hábitos como andar na ponta dos pés, girar em torno de sí e movimentar as mãos freneticamente em frente ao rosto.

Aos 36 meses: Não se interessa por brincar com outras crianças e se incomoda com mudanças na rotina.





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4 comentários:

  1. que história linda!!!!não têm como não se emocionar.Felicidades para sua familia Mariana!!
    Katia, como faço para fazer parte desse grupo de mês do FB? Beijos

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  2. Graças a Deus uma historia com final feliz, de fato é um milagre!
    Jessica

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  3. Ola Katia! Fiquei curiosa em conhcer o grupo de maes que voce participa no facebook. É um grupo fechado? Voce nos contaria o nome?
    Amooo seu blog! Beijos

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  4. Linda historia! Que bom que deu tudo certo pra Mariana e pra Agatha! Esta historia serve de alerta pra sempre, sempre conversarmos com o pediatra, mesmo que achemos que a duvida seja boba, afinal, nunca se sabe, neh? Adoro seu blog! Carol

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