Coluna da Mari - APLV

Queridas Leitoras, a partir de hoje vou contar com a participação de algumas colaboradoras para agregarem ainda mais conteúdo ao blog. 
São profissionais competentes, de diferentes áreas, que irão se aprofundar em alguns assuntos importantes relacionados a gestação e maternidade.

A responsável sobre tudo que se relaciona a nutrição da mãe e do bebê será a Nutricionista Mariana Del Bosco, que fala hoje sobre  a Alergia a Proteína do Leite de Vaca.
Quem tiver dúvidas é só deixar um comentário abaixo do post que assim que possível ela responderá.



APLV

  A alergia alimentar é uma reação anormal do organismo a proteínas presentes nos alimentos.  

  Os 8 principais alimentos que podem deflagrar alergia são: leite de vaca, soja, ovo, trigo, peixe, frutos do mar, amendoim e castanhas. 

  Em crianças, a alergia à proteína do leite de vaca é a mais comum das alergias alimentares, acomete 1 a cada 20 bebês.  É preciso estar atento à tendência genética, já que filhos de pais alérgicos têm 75% de chance de desenvolvê-la.  

  Os sintomas podem ser imediatos, com vômito, diarreia, edema, asma, rinite, urticária e, em casos mais graves, anafilaxia. Alguns sintomas podem também aparecer depois de algum tempo da ingestão,  com dor abdominal, sangue nas fezes, assadura, recusa alimentar e choro excessivo. É possível que alguns bebês possam ter manifestações mistas, com sintomas imediatos e tardios. 

  O diagnóstico, feito pelo pediatra, é baseado nas manifestações clínicas. A retirada do alergeno, seguida do teste de provocação é uma das formas mais eficazes de diagnosticar. Alguns testes laboratoriais também podem ser solicitados. 
Com a confirmação do diagnóstico, exclui-se o alimento causador da alergia e cessam os sintomas. A grande maioria das crianças desenvolve tolerância ao leite até os 2 anos de idade. 

  Bebês alimentados com fórmula láctea deverão trocá-la por fórmula específica para alergia. Aqui, vale destacar que o recebimento da fórmula via Secretaria da Saúde é um direito do portador. Para tanto, é necessário seguir o protocolo específico em cada cidade. 

  Bebês em aleitamento materno que apresentarem alergia alimentar devem seguir com a amamentação exclusiva até os 6 meses e a mãe deve excluir completamente leite e derivados da sua dieta, enquanto durar a amamentação. A exclusão deve ser total, portanto, deve-se tomar cuidado com a contaminação cruzada (quando usamos o mesmo utensílio para um lácteo e para o alimento que deve estar livre de seu contato) e com alimentos que possam conter traços de leite. A mãe deve garantir que sua alimentação estará adequada atentando-se à leitura de rótulos, pesquisando nos SACs das empresas alimentícias e garantindo o preparo dos alimentos em casa, com segurança.  

  Ao introduzir alimentos para as crianças maiores de 6 meses, permanecem os cuidados para isentá-la do contato. Todos os familiares devem ser informados da importância do tratamento para que a criança não apresente nenhum sintoma e para que desenvolva a tolerância ao leite o quanto antes. É importantíssimo avisar a todos que um pedacinho, por menorzinho que seja, deflagra sim a reação alérgica.

  Cuidado, já que o termo LEITE nem sempre estará presente na lista de ingredientes dos alimentos que o contenham. Deve-se checar rótulos e NÃO CONSUMIR qualquer alimento que apresente: caseína, caseinato, lactoalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, proteínas do soro, soro de leite e whey protein. Alguns flavorizantes como, sabor de manteiga, sabor caramelo, aroma de queijo, também podem esconder leite em sua composição. Na dúvida, ligue para o SAC.  

   E, por fim, não podemos confundir APLV com intolerância à lactose. O termo “alergia à lactose”, inclusive, é um erro. Alergia, como vimos, é uma reação do organismo à proteína, já a intolerância à lactose é uma dificuldade de digestão do açúcar do leite – a lactose.  
Enquanto à APLV é mais comum em crianças, a intolerância à lactose é mais comum em adultos, especialmente em idosos, já que a produção da lactase – a enzima que digere a lactose – tende a diminuir com a idade. Os principais sintomas são empachamento, gases e diarreia. Sua ocorrência em crianças é rara, e quando ocorre, é secundária, ou seja, decorrente de outro problema como doença inflamatória no intestino. 

Alternativas para a mamãe que amamenta:

É bem difícil seguir a dieta isenta de alimentos que contêm as proteínas do leite. O leite está amplamente distribuído em preparações culinárias e nos alimentos industrializados, sendo assim, além de cortar o leite e seus derivados da dieta é preciso cozinhar de forma segura e checar a rotulagem de todos os alimentos industrializados.
Não só como nutricionista, mas também como mãe que amamenta uma bebê portadora de APLV, selecionei algumas dicas práticas:


O sanduiche vai ser bem diferente do habitual.  A começar pelo pão. Não há garantias que o pão da padaria não tenha sido contaminado com algum produto com leite. Já houve caso de padaria que usa leite em pó na receita para que o pão fique mais macio. Pães industrializados, por serem processados em equipamentos que tem contato com lácteos, podem conter traços de leite. Cheque nos SACs das empresas, quais pães são seguros para consumo. Na wickbold, o pão australiano está liberado, assim como toda a linha pinheirense. Sugiro adquirir a máquina de pão para fazer receitas absolutamente seguras, saudáveis e deliciosas. 
Para incrementar o sanduiche, use tofu, patê de atum ou frango com maionese, abacate com sal e azeite, homus, salmão defumado e carpaccio com mostarda. Alguns embutidos podem conter traços de leite. Melhor evitar.  A margarina becel  é uma das poucas, senão a única, que não contem traços de leite. 
A maioria dos biscoitos também contêm leite. Para ter certeza, somente através da leitura de rótulos mesmo. Recomendo a linha de cookies da jasmine e aqueles biscoitinhos japoneses, o sembei  e o de arroz. O de arroz da Camil também é isento. 
São poucas as opções de doces sem leite. Os doces em calda e compotas são seguros. Bolo de fubá, bolo de laranja e bolo nêga maluca (de chocolate e sem leite) podem ser feitos em casa. Há também alternativas veganas de bolos, chocolates, sorvetes e etc.  
Não é 100% seguro comer fora. Tudo pode ter sido preparado com manteiga e há o risco de contaminação cruzada. Mesmo que você opte por comer  alimentos crus no japonês,  corre o risco de haver uma contaminação com o cream cheese. Eu tenho saído pouquíssimo para jantar, nas poucas vezes que fui , optei por : salada de salmão defumado, steak tartar e bolinho de bacalhau. 
Para beber, sugiro o leite de soja. Opte pelo leite mesmo, já que o suco à base de soja não contém a mesma quantidade de proteína e cálcio. 
É bem possível que haja necessidade de utilizar algum suplemento de cálcio. Um nutricionista pode avaliar qual a melhor forma e dosagem. 



| Categorias: , , ,

3 comentários:

  1. Eu tenho filho de 8 meses com APLV... ainda amamento e a dieta não é nada fácil. Mas vale muito a pena, pois ele vai desensibilizando com menos consequencias do que se ele tomasse formulas hidrolisadas...
    E a gente acostuma a comer doces com soja, paçoca e chocolate sem leite! É um sacrifício pequeno perto de todo benefício que isso trará pro resto da vida dele!!! Recomendo!
    Parabéns pelo post! Adorei!

    ResponderExcluir
  2. Meu filho tb tem APLV e tive que desmamar pois ele passou a rejeitar o meu peito. Ele teve muita colica e refluxo... Hoje ele eh outro bebe com Neocate. Em 3 semanas faremos o enfrentamento para ver se ele jah superou a APLV. Estou na torcida pois a vida sem leite eh muita chata.
    Adorei o post!!
    Camila

    ResponderExcluir
  3. Minha bebe tem APLV e alergia a soja e, durante a amamentação, minha dieta era muito restrita. Aprendi a fazer pães em casa, bolo sem leite e encontrei nos leites de arroz e coco aliados para mais receitas! Até massa de esfiha fiz com leite de coco! Adorei o post e as dicas das marcas, pois outro grande desafio é achar produtos sem traços. Bjs, Carol

    ResponderExcluir

 
Minhas diKAs Baby © Copyright 2011 | Design por Katia Ouang. Codificado por Delikka.